segunda-feira, outubro 20, 2003

humanismo secular democrático

O primeiro princípio do humanismo secular democrático

É o compromisso com a livre investigação. Opondo-se a qualquer tirania sobre a mente humana, a qualquer empenho por instituições eclesiásticas, políticas, ideológicas ou sociais para acorrentar o livre pensamento.

No passado, essas tiranias foram direccionadas por igrejas e estados na tentativa de implementar os éditos de fanáticos religiosos. Na longa contenda da história das ideias, instituições estabelecidas, tanto públicas como privadas, têm tentado censurar a investigação, para impor crenças e valores ortodoxos e para excomungar heréticos e extirpar incrédulos.

Hoje, a luta pelo direito à livre investigação assumiu novas formas. Ideologias sectárias transformaram-se nas novas teologias que usam partidos políticos e governos na sua missão de esmagar as opiniões dissidentes. O direito à livre investigação garante o reconhecimento integral das liberdades civis para a sua prossecução, isto é, uma imprensa livre, liberdade de comunicação, o direito de organizar partidos de oposição e de se associar voluntariamente a associações. O direito à livre investigação é também uma garantia à manutenção da liberdade para cultivar e publicar os frutos da liberdade científica, filosófica, artística, literária, moral e religiosa.

A livre investigação requer que toleremos a diversidade de opiniões e que respeitemos o direito dos indivíduos em expressar suas crenças, quão impopular elas possam ser, sem proibições sociais ou legais ou medo de sanções. Embora possamos tolerar pontos de vista contrastantes, isto não significa que eles sejam imunes a um exame crítico.

A premissa orientadora daqueles que acreditam na livre investigação é que a verdade surgirá mais facilmente se existir oportunidade de troca de opiniões contrárias; o processo de intercâmbio é frequentemente tão importante quanto o resultado. Isto aplica-se não apenas à ciência mas também ao dia-a-dia, à política, economia, moralidade e religião.