sexta-feira, setembro 28, 2012

Redacção – Declaração de Amor à Língua Portuguesa


 Vou chumbar a Língua Portuguesa, quase toda a turma vai chumbar, mas a gente está tão farta que já nem se importa. As aulas de português são um massacre. A professora? Coitada, até é simpática, o que a mandam ensinar é que não se aguenta. Por exemplo, isto: No ano passado, quando se dizia “ele está em casa”, ”em casa” era o complemento circunstancial de lugar. Agora é o predicativo do sujeito. ”O Quim está na retrete” : “na retrete” é o predicativo do sujeito, tal e qual como se disséssemos “ela é bonita”. Bonita é uma característica dela, mas “na retrete” é característica dele? Meu Deus, a setôra também acha que não, mas passou a predicativo do sujeito, e agora o Quim que se dane, com a retrete colada ao rabo.


No ano passado havia complementos circunstanciais de tempo, modo, lugar etc., conforme se precisava. Mas agora desapareceram e só há o desgraçado de um “complemento oblíquo”. Julgávamos que era o simplex a funcionar: Pronto, é tudo “complemento oblíquo”, já está. Simples, não é? Mas qual, não há simplex nenhum, o que há é um complicómetro a complicar tudo de uma ponta a outra: há por exemplo verbos transitivos directos e indirectos, ou directos e indirectos ao mesmo tempo, há verbos de estado e verbos de evento, e os verbos de evento podem ser instantâneos ou prolongados, almoçar por exemplo é um verbo de evento prolongado (um bom almoço deve ter aperitivos, vários pratos e muitas sobremesas). E há verbos epistémicos, perceptivos, psicológicos e outros, há o tema e o rema, e deve haver coerência e relevância do tema com o rema; há o determinante e o modificador, o determinante possessivo pode ocorrer no modificador apositivo e as locuções coordenativas podem ocorrer em locuções contínuas correlativas. Estão a ver? E isto é só o princípio. Se eu disser: Algumas árvores secaram, ”algumas” é um quantificativo existencial, e a progressão temática de um texto pode ocorrer pela conversão do rema em tema do enunciado seguinte e assim sucessivamente.
No ano passado se disséssemos “O Zé não foi ao Porto”, era uma frase declarativa negativa. Agora a predicação apresenta um elemento de polaridade, e o enunciado é de polaridade negativa.
No ano passado, se disséssemos “A rapariga entrou em casa. Abriu a janela”, o sujeito de “abriu a janela” era ela, subentendido. Agora o sujeito é nulo. Porquê, se sabemos que continua a ser ela? Que aconteceu à pobre da rapariga? Evaporou-se no espaço?
A professora também anda aflita. Pelo vistos no ano passado ensinou coisas erradas, mas não foi culpa dela se agora mudaram tudo, embora a autora da gramática deste ano seja a mesma que fez a gramática do ano passado. Mas quem faz as gramáticas pode dizer ou desdizer o que quiser, quem chumba nos exames somos nós. É uma chatice. Ainda só estou no sétimo ano, sou bom aluno em tudo excepto em português, que odeio, vou ser cientista e astronauta, e tenho de gramar até ao 12º estas coisas que me recuso a aprender, porque as acho demasiado parvas. Por exemplo, o que acham de adjectivalização deverbal e deadjectival, pronomes com valor anafórico, catafórico ou deítico, classes e subclasses do modificador, signo linguístico, hiperonímia, hiponímia, holonímia, meronímia, modalidade epistémica, apreciativa e deôntica, discurso e interdiscurso, texto, cotexto, intertexto, hipotexto, metatatexto, prototexto, macroestruturas e microestruturas textuais, implicação e implicaturas conversacionais? Pois vou ter de decorar um dicionário inteirinho de palavrões assim. Palavrões por palavrões, eu sei dos bons, dos que ajudam a cuspir a raiva. Mas estes palavrões só são para esquecer. Dão um trabalhão e depois não servem para nada, é sempre a mesma tralha, para não dizer outra palavra (a começar por t, com 6 letras e a acabar em “ampa”, isso mesmo, claro.)
Mas eu estou farto. Farto até de dar erros, porque me põem na frente frases cheias deles, excepto uma, para eu escolher a que está certa. Mesmo sem querer, às vezes memorizo com os olhos o que está errado, por exemplo: haviam duas flores no jardim. Ou: a gente vamos à rua. Puseram-me erros desses na frente tantas vezes que já quase me parecem certos. Deve ser por isso que os ministros também os dizem na televisão. E também já não suporto respostas de cruzinhas, parece o totoloto. Embora às vezes até se acerte ao calhas. Livros não se lê nenhum, só nos dão notícias de jornais e reportagens,ou pedaços de novelas. Estou careca de saber o que é o lead, parem de nos chatear. Nascemos curiosos e inteligentes, mas conseguem pôr-nos a detestar ler, detestar livros, detestar tudo. As redacções também são sempre sobre temas chatos, com um certo formato e um número certo de palavras. Só agora é que estou a escrever o que me apetece, porque já sei que de qualquer maneira vou ter zero.
E pronto, que se lixe, acabei a redacção - agora parece que se escreve redação. O meu pai diz que é um disparate, e que o Brasil não tem culpa nenhuma, não nos quer impôr a sua norma nem tem sentimentos de superioridade em relação a nós, só porque é grande e nós somos pequenos. A culpa é toda nossa, diz o meu pai, somos muito burros e julgamos que se escrevermos ação e redação nos tornamos logo do tamanho do Brasil, como se nos puséssemos em cima de sapatos altos. Mas, como os sapatos não são nossos nem nos servem, andamos por aí aos trambolhões, a entortar os pés e a manquejar. E é bem feita, para não sermos burros.
E agora é mesmo o fim. Vou deitar a gramática na retrete, e quando a setôra me perguntar: “Ó João, onde está a tua gramática?” Respondo: “Está nula e subentendida na retrete, setôra, enfiei-a no predicativo do sujeito.”

João Abelhudo, 8º ano, turma C (c de c…r…o, setôra, sem ofensa para si, que até é simpática).




Um texto de Teolinda Gersão sobre a «nova gramática»


sexta-feira, dezembro 30, 2011

Sem comentários e com o devido respeito...

- O CLAN DUARTE LIMA e o POLVO LARANJA

Lá diz o povo, a verdade é como o azeite. Acaba sempre por vir à tona.

COMO CIDADÃO PORTUGUÊS TENS O DEVER CÍVICO DE DIVULGAR MAIS ESTA
CANALHICE, SENDO TÃO COVARDEMENTE OMISSO QUANTO A MAIORIA DOS CANALHAS SILENCIOSOS.

"O POLVO" E A OPERAÇÃO FACE OCULTA COM RABO DE FORA


1-  A partir de 2008 torna-se evidente que a operação Face Oculta foi redireccionada pela investigação e pelos Media para  passar a visar principalmente Sócrates. Era preciso derrubar Sócrates e mudar de governo, porque havia gigantescos interesses em jogo e, em particular, o caso BPN prometia dar  cabo do PSD.

2. Das fraudes do BPN ignora-se ainda hoje a maior parte. Trata-se de uma torrente de lama inesgotável, que todos os nossos Media evitam tocar.

3. O agora falado caso IPO/Duarte Lima, de que Isaltino também foi uma peça fulcral, nem foi sequer abordado durante o Inquérito Parlamentar sobre o BPN , inquérito a que o PSD se opôs então com unhas e dentes, como é sabido.

A táctica então escolhida pelo polvo  laranja foi desencadear um inquérito parlamentar paralelo, para averiguar se Sócrates estava ou não a «asfixiar» a comunicação social ! Mais uma vez, uma produção de ruído para abafar o caso BPN e desviar as atenções.

4. Mas é interessante examinar como é que o negócio IPO/Lima foi por água abaixo.

5. Enquanto Lima filho, Raposo e Cia. criavam um fundo com dezenas de milhões, amigavelmente cedidos pelo BPN de Oliveira e Costa, Isaltino pressionava o governo para deslocar o IPO para uns terrenos de Barcarena, concelho de Oeiras.  Isaltino comprometia-se a comprar os terrenos (aos Limas e Raposo, como sabemos hoje) com dinheiro da autarquia e a «cedê-los generosamente» ao Estado para lá construir o IPO.


Fazia muito jeito que fosse o município de Oeiras a comprar os terrenos e não o ministério da Saúde, porque assim o preço podia ser ajustado entre os amigos vendedores e compradores, quiçá com umas comissões a transferir para a Suíça.

6. Duarte Lima tinha sido vogal da comissão de ética (!) do IPO entre 2002 e 2005, estava bem dentro de todos os assuntos e tinha óptimas relações para propiciar o negócio. Além disso, construiu a imagem de homem que venceu o cancro, história lacrimosa com que apagava misérias anteriores. O filho e o companheiro do PSD Vítor Raposo eram os escolhidos para dar o nome, pois ao Lima pai não convinha que o seu nome figurasse como interessado no negócio.

7. Em Junho de 2007 Isaltino dizia ainda que as negociações para a compra dos terrenos em causa estavam "em fase de conclusão" (só não disse nunca foi a quem os ia comprar, claro). E pressionava o ministro da Saúde: "Se se der uma mudança de opinião do governo, o cancelamento do projecto não será da responsabilidade do município de Oeiras."

8. Como assim, "mudança de opinião do governo"?

9. Na verdade, Correia de Campos apenas dissera à Lusa que o governo encarava a transferência do IPO para fora da Praça de Espanha e que estava a procurar um terreno, em Lisboa ou fora da cidade, para esse efeito. Nenhuma decisão tinha sido tomada, nem nunca o seria antes das eleições para a Câmara de Lisboa, que iam realizar-se pouco depois, em Julho de 2007.

10. No decorrer do ano de 2007, porém, a Câmara de Lisboa, cuja presidência foi conquistada por António Costa, anunciou que ia disponibilizar um terreno municipal para a construção do novo IPO no Parque da Bela Vista Sul, em Chelas, Lisboa. Foi assim que se lixou o projecto Lima-Isaltino: o ministro Correia de Campos não cedeu às
pressões de Isaltino e a nova Câmara de Lisboa pretendia que o IPO se mantivesse em Lisboa. Com Santana à frente da autarquia e um ministro da Saúde do PSD teria tudo sido  muito diferente. E os Limas e Raposos não teriam hoje as chatices que se sabe. E Duarte Lima até talvez já tivesse uma estátua no Parque dos Poetas do amigo Isaltino.

11. Sabemos como, alguns meses depois deste desfecho, o ministro Correia de Campos foi atacado por Cavaco no discurso presidencial de Ano Novo, em 1 de janeiro de 2008. Desgostado com as críticas malignas do vingativo Presidente, Correia de Campos pediu a sua demissão ainda nesse mês.

Não sabemos  o que terá levado Cavaco a visar dessa maneira um ministro do governo Sócrates, por sinal um dos mais competentes.  Que Cavaco queria a pele de Correia de Campos, foi bem visível. Ele foi a causa do fracasso do projecto do IPO/Oeiras e dos prejuízos causados ao clan do seu amigo Duarte Lima e ao polvo laranja (*).


É bem possível que essa tenha sido a razão.


(*) - é bom que se entenda que o polvo laranja tem o seu pai no Senhor Silva, hoje PR, que nunca falou sobre o BPN, mas o lodo deste senhor é bem maior !!! Oxalá Portugal fosse uma França !!!

sábado, junho 18, 2011

vamos fechar para obras

Este País tem um plano de govermação feito pela UR , BCE e FMI.
O Pedro Passos Coelho e o Paulo Portas estão no Governo ....

Daqui a 4 anos voltamos .... agora estaremos fechados 

terça-feira, setembro 07, 2010

a Idiocracia nacional ou sejamos todos idiotas.

Assisti ontem em parte do programa pós e contras  da RTP e confesso que me senti idiota.
Afinal qual era o motivo do debate publico ?
saber se os tribunais são lentos ? ouvir pessoas formadas em direito e jornalistas formados em qualquer coisa a falarem do que não sabem ou fazem de conta que não sabem ?
ouvir pedófilos a dizer que estão a coligir documentos para provarem não se percebe bem o quê.
Ouvir o bastonário dos advogados dizer à boca cheia que as penas são pesadas de mais para depois vir afirmar que não conhece os factos que conduziram à condenação.
Triste imagem de pessoas formadas que apenas demonstram o ridículo que é este país onde vivemos.

Qual é a parte do pegar numa criança de 12 ou mais anos e a violar ?
 será que todos acham que uma violação é algo bonito, engraçado divertido ?

Porque não perguntam ao senhor Carlos Cruz e aos outros condenados no processo se eles quando está a fazer seja lá o que for com um rapazinho menor não pensam nas filhas ou nos filhos?  qual o gozo que isso lhes dá ?
Quando é que alguém pergunta ao senhor Carlos Cruz se nunca se equacionou se não teria um distúrbio mental por praticar actos sexuais com menores ?

Qual a equidade de um programa quando de um lado temos o pedófilo contente por mostrar a sua supremacia, e por vezes quase arrogância no seu papel de dominador e no outro lado temos um homem envergonhado porque na sua adolescência teve actos homossexuais.
Porque aquele programa numa altura em que o resumo da condenação (ou a propria condenação) ainda não tinham sido reveladas ? porque não esperar mais uns dias ?

Hoje uma jornalista que por acaso é filha do advogado do pedófilo Carlos Cruz foi condenada porque quis induzir as investigações em erro desviando-as da figura de Carlos Cruz para a de um outro funcionário da RTP.
Será que este programa foi encomendado por aqueles que na RTP acompanharam Carlos Cruz ? ou terá sido o Partido Socialista a pagar a factura de conseguirem salvar alguns dos seus militantes do possível julgamento.

Eu não sei, porque neste país governo, oposição e todas as oligarquias, corporativismos etc nos tentam tratar como se fossemos estúpidos, idiotas ou mentecaptos  na velha tradição do estado novo levada aos limites.
Penso que um dia iremos erguer estátuas a alguns pedófilos e absolve-los em praça publica e quiçá até irá haver alguém que os tente absolver no julgamento divino seja lá isso o que for.

Talvez quando parte do país viver em favelas nas colinas de Lisboa e os nossos governantes e  classe alta se isole em condomínios fechados protegidos por seguranças privadas alguém pense que foi culpa nossa termos deixado que a idiocracia nacional nos tenha governado e moldado as nossas mentes porque fomos demasiado preguiçosos para agir.

quarta-feira, julho 14, 2010

Isaltino Morais .... e a razão pq não se tem de provar enriquecimento

Esta noticia fala por si só e explica a razão de alguém enriquecer e não ter de provar como o fez. 

" O Ministério Público (MP) acusou o autarca de Oeiras de depositar mais de 1,32 milhões de euros em contas da Suíça quando, entre 1993 e 2002, Isaltino Morais auferiu, enquanto presidente da Câmara, 351 139 euros."

Isto para não falar no património de tão ilustre autarca que tal como Cristo procede à multiplicação de dinheiro como um passe de magica ... penso que o Papa deveria beatificar tal personagem porque se isto não é milagre o que será ....

Entretanto nós pagamos impostos e temos de suportar a crise

 

Relação reduz pena de prisão de Isaltino para dois anos e anula perda de mandato

13 | 07 | 2010   18.49H
O Tribunal da Relação de Lisboa aplicou hoje a Isaltino Morais uma pena de dois anos de prisão, pelos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais mas anulou a pena de perda de mandato.
Destak/Lusa | destak@destak.pt

O autarca de Oeiras Isaltino Morais tinha sido condenado a sete anos de prisão e a perda de mandato por fraude fiscal, abuso de poder e corrupção passiva para acto ilícito e branqueamento de capitais no Tribunal de Sintra.
Fonte do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) adiantou hoje à agência Lusa que, além de anular a pena acessória de perda de mandato, o TRL decidiu ainda invalidar a condenação do autarca pelo crime de corrupção passiva, quanto aos factos relacionados com o empresário João Algarvio.
O TRL decidiu ainda absolver Isaltino Morais do crime de abuso de poder que havia sido condenado em primeira instância.
A mesma fonte esclareceu que o TRL determinou ainda que em relação à perda de mandato e ao crime de corrupção passiva se reabrisse a audiência de julgamento para reanalisar os factos, uma vez que entende que há uma série de factos que não deviam ter sido considerados provados.
Na prática, admitiu a mesma fonte, a Relação manda refazer o acórdão de primeira instância.
Quanto aos ilícitos de natureza fiscal, o TRL decidiu condenar o presidente da Câmara Municipal de Oeiras por três crimes de fraude fiscal e um crime de branqueamento de capitais.
No que diz respeito ao crime de branqueamento de capitais, a Relação de Lisboa decidiu baixar a pena aplicada para um ano e cinco meses de prisão.
Em cúmulo jurídico, pelos três crimes de fraude fiscal e um de branqueamento de capitais, a Relação decidiu condenar Isaltino Morais a uma pena de dois anos de prisão.
Relativamente à parte cível, o TRL decidiu baixar a indemnização para 197.266,88 euros.
O acórdão da Relação de Lisboa decidiu ainda revogar a declaração de perda do terreno que Isaltino Morais detinha no Mindelo (Cabo Verde), cidade com a qual Oeiras tem um acordo de geminação.
Esta decisão do TRL, tomada após um recurso interposto pelo autarca, teve como relator o juiz desembargador Carlos Espírito Santo e como adjunto o desembargador Pedro Martins.
O presidente da Câmara de Oeiras foi constituído arguido em 2005 num processo relacionado com contas bancárias não declaradas na Suíça e no KBC Bank Brussel, em Bruxelas (Bélgica).
O Ministério Público (MP) acusou o autarca de Oeiras de depositar mais de 1,32 milhões de euros em contas da Suíça quando, entre 1993 e 2002, Isaltino Morais auferiu, enquanto presidente da Câmara, 351 139 euros.
Nas investigações então realizadas, o MP entendeu que, desde que Isaltino Morais iniciou funções na Câmara de Oeiras (em 1986), o então militante social-democrata "recebia dinheiro em envelopes entregues no seu gabinete da Câmara" para licenciar loteamentos, construções ou permutas de terrenos.
Na primeira instância foram absolvidos a irmã do autarca, Floripes Almeida (acusada de branquear capitais), o jornalista Fernando Trigo (acusado de branqueamento e participação em negócio), e os empresários Mateus Marques e João Algarvio (acusados de um crime de corrupção activa).

terça-feira, junho 01, 2010

Em miúdo, eu tive um Pedralhães !...E TU?!

Não é minha esta prosa, mas não resisto a passá-la......



Eu tinha um Pedralhães de 157 polegadas totalmente interactivo (era possível escrever, apagar, utilizar várias cores) e de memória ilimitada (bastava apagar que ficava pronto a utilizar novamente sem necessidade de formatar); de vez em quando, uma Sra. de bata branca ou cinzenta (dependia do sistema operativo) fazia uma limpeza do disco.

Eu guardava cópias da informação deste Pedralhães em pequenos discos de 8 polegadas que permitiam armazenar informação em Word, Excel ou PowerPoint e eram compatíveis com todas as versões de todos os sistemas operativos; todos os ficheiros eram automaticamente ordenados por data e não existia a opção "tem a certeza que pretende substituir este ficheiro?" pelo que era muito difícil perder uma qualquer versão de algum e muito fácil verificar quem cumpria determinada tarefa agendada para determinada data.

Este Pedralhães nunca "crashou", nunca levou "o tempo de tomar um café" a abrir um ficheiro, nunca disse "que encontrou um problema e terá que ser encerrado"; eu nunca levei reguadas mas nunca tive nenhum problema psicológico por fazer cópias, escrever a tabuada 20x numa noite; nunca fui boa a fazer contas de cabeça mas consigo efectuar uma divisão por um número de 3 algarismos num papel; não sei as Dinastias nem os nomes de todos os Reis e Rainhas mas sei que a Catarina de Bragança se deve o "Chá das 5", que "Odivelas" e "Amor" devem o seu nome aos inúmeros amores de D.Dinis, e que "Os Lusíadas" começam com "As armas e os barões assinalados, Que da ocidental praia Lusitana, Por mares nunca de antes navegados, Passaram ainda além da Taprobana"; Reconheço um sinal de raiz quadrada, reconheço um cone, uma pirâmide e um dodecaedro, escrevo sem erros na minha língua materna, distingo antero-posterior de postero-anterior, o prefácio e o pósfacio, e também sei que "Os Maias" contam uma estória de amor incestuosa. Não sei quais as capitais de muitos países, nem consigo localizar 70% dos países Africanos, do Leste Europeu e do Sul da Ásia...mas sei folhear um Atlas para os encontrar.

Cresci sem Google, Google maps, Google earth, Google translator, Wikipedia, Web of Science, On-line dictionary, mas fiz um curso universitário de 5 anos, um Doutoramento de 4 e um pós-Doutoramento de 3; e sim, estou pronta para mais! O meu mundo mudou - era de ardósia, livros, cadernos, canetas, lápis e borrachas e agora é de Alumínio, ecrã TFT, de downloads e uploads; era de comunicação oral e escrita agora é de .doc, .xls, .pdf, .nex, .nwk, .ppt, de reservas, compras e pagamentos on-line; era de escrever ou telefonar agora é de Skype, MSN, Facebook, e-mails e sms; era de vinil, K7, CD e DVD agora é de wmp, mp3, mp4, era de TV e rádio agora é de iTunes, TV on-demanda, streaming, podcast. Era muito muito pequeno agora não tem limites...talvez por isso consiga adaptar-me a tudo isto e a tudo mais que por aí vier e a "geração Magalhães" não tenha sequer vontade de abrir um livro...a menos que seja interactivo, tenha 256 cores e tenha comandos de voz.

sexta-feira, maio 21, 2010

Se isto não é uma pouca vergonha não sei o que o seja .....

Diário da República nº 28 - I série- datado de 10 de Fevereiro de 2010 -
RESOLUÇÃO da Assembleia da República nº 11/2010.
Poderão aceder através do site http://WWW.dre.pt

Algumas rubricas do orçamento da Assembleia da Republica

1 - Vencimento de Deputados ...........................12 milhões 349 mil Euros
2 - Ajudas de Custo de Deputados........................2 milhões 724 mil Euros
3 - Transportes de Deputados ...........................3 milhões 869 mil Euros
4 - Deslocações e Estadas ..............................2 milhões 363 mil Euros
5 - Assistência Técnica (??) ...........................2 milhões 948 mil Euros
6 - Outros Trabalhos Especializados (??) ...............3 milhões 593 mil Euros
7 - RESTAURANTE,REFEITÓRIO,CAFETARIA..............961 mil Euros
8 - Subvenções aos Grupos Parlamentares.................970 mil Euros
9 - Equipamento de Informática .........................2 milhões 110 mil Euros
10- Outros Investimentos (??) ..........................2 milhões 420 mil Euros
11- Edificios ..........................................2 milhões 686 mil Euros
12- Transfer's (??) Diversos (??)......................13 milhões 506 mil Euros
13- SUBVENÇÃO aos PARTIDOS na A. R. ..................16 milhões 977 mil Euros
14- SUBVENÇÕES CAMPANHAS ELEITORAIS ....73 milhões 798 mil Euros

Em resumo e NO TOTAL a DESPESA ORÇAMENTADA para o ANO de 2010, é:

€ 191 405 356,61 (191 Milhões 405 mil 356 Euros e 61 cêntimos) - Ver Folha 372
do acima identificado Diário da República nº 28 - 1ª Série -, de 10 de
Fevereiro de 2010.


Vamos lá então ver se isto agora já o começa a incomodar um "bocadinho".

Repare:

Cada deputado, em vencimentos e encargos directos e indirectos custa ao
País, cerca de 700.000 Euros por ano. Ou seja cerca de 60.000 Euros mês.

quarta-feira, março 31, 2010

Um clássico sempre actual!

Ao Desconcerto do Mundo
de Luís Vaz de Camões

Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.

Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só para mim,
Anda o mundo concertado.

terça-feira, novembro 10, 2009

Vou puxar para a 1ª página novamente a questão do Holmes Place

Ao ler o comentário de uma pessoa que trabalha e sente como se tivesse o gatilho apontado à cabeça... poderão dizer que estou a exagerar, que todos nós temos opções de escolha! Mas isso não é verdade!

Vejo no meu dia-a-dia situações como esta constantemente, sinto-me revoltada pela minha incapacidade, pela minha pequenez. Já vivi uma situação análoga e pelo simples motivo de não vender a "alma ao diabo" acabei no olho da rua! Não é justo quando neste imenso Portugal há excelentes trabalhadores, capazes de vestir a camisola da empresa, mas são sempre esses que acabam por ser penalizados.

Existem entidades como a Deco, como as Inspecções do Trabalho e outros que tais que favorecem sempre quem está por cima. Há favores, ninguém se vai por contra os "grandes" para favorecer os "pequenos" e por isso continuamos todos como carneirinhos no nosso dia a dia e a comentar com o vizinho que "a vida está má"!!!

Se eu fosse gestora, não perdoaria incumprimentos injustificados, faltas de respeito, abusos como vemos por aí todos os dias, mas de certeza que iria beneficiar quem estivesse do meu lado pronto a arregaçar as mangas comigo e a trabalhar do meu lado.


Passo a transcrever na integra o comentário:

"Por motivos profissionais não me posso identificar, pois seria logo despedida se a empresa me identificasse.

A vida de um Consultor comercial Holmes Place:
Obrigatório vender cerca de 60 adesões mensais. 25% do target estabelecido TEM OBRIGATORIAMENTE de ser na modalidade TOP 24. TOP 24 é um crédito feito com a instituição financeira SANTANDER CONSUMER. Anteriormente era a CREDIBOM.
Vantagem para a academia: receber logo o dinheiro.

Premios para os consultores:
30% target em top 24: 300 euros
40% target em top 24: 700 euros
50% target em top 24: 1000 euros

Se consultor arranjar 120 novos sócios e o target for 60, consultor faz 200%. Só recebe comissões se vender 25% MINIMO e OBRIGATÓRIO em crédito ou seja a adesão TOP 24.
A nivel nacional todos os consultores são contra esta medida.

Por trás, a equipa comercial SOFRE IMENSAS PRESSÕES psicologicas e ameaçdas de despedimento se falhar o target ou se não vender 25% na modalidade top 24.

Salario base: 850€.

Como faz a empresa para despedir facilmente um efetivo: ACORDO, sem pagamento de indeminizações. Trabalhador não aceita, arranja-se nota de culpa. Corridos com justa causa.

Várias queixas foram efectuadas na INSPECÇÃO para o trabalho. Visitas dos inspectores: quase nenhumas.

Toda a gente precisa de trabalhar, DIARIAMENTE mais de 1000 consultores em PORTUGAL e APENAS em PORTUGAL tem pressões psicologicas para vender a ADESÃO TOP 24. É obrigatório em todas as apresentações seguir os passos ditados pelo actual SALES DIRECTOR, JULIO CARVALHO. NUNCA mas NUNCA mencionar a palavra crédito. CRÉDITO é proibido e em caso de visita de cliente misterio se os consultores não forçarem a TOP 24 podem ir para a rua, dada a baixa pontuação.

Não posso perder este emprego, muito menos ser identificada, tenho uma filha e o dinheiro que ganho e importante. Decidi desabafar convosco para dar a conhecer esta burla.

O Holmes place é um bom ginásio, os profissionais sao excelentes mas esta obrigacao nova de venda de credito é ridicula. Não á hipotese de escolha, o consultor nao vende TOP 24 não comissiona. O que faz o consultor então? ENGANA se for preciso. 3 targets que falha = despedimento com justa causa.

Srs. inspectores, porque não falam com todos os trabalhadores?

Srs. inspectores da asae, porque nao visitam os clubes?

Passa esta mensagem e ajuda quem trabalha a não ter tratamento deshumanos"

segunda-feira, setembro 28, 2009

Cancro - deverá ser a doença mais fatal

O cancro deverá superar as doenças cardiovasculares como primeira causa de mortalidade no mundo em 2010, revela estudo do Centro Internacional de Pesquisas contra o Cancro da Organização Mundial de Saúde (OMS). O principal é o factor do aumento do tabagismo, principalmente em países em desenvolvimento.

Segundo o relatório, os casos de cancro dobraram entre 1975 e 2000, e devem duplicar novamente entre 2000 e 2020. Em 2030, o cancro poderá matar 17 milhões de pessoas, contra os 7,6 milhões de óbitos que provocou em 2007, adverte o relatório.

Este rápido aumento dos casos de cancro representa um autêntico desafio para os sistemas do mundo – revela Peter Boyle, director do centro de pesquisas contra a doença.

A maioria dos países desenvolvidos restringiu o fumo em lugares públicos, incluindo locais de trabalho e restaurantes, o que contribuirá para uma redução ainda maior dos casos de cancro nos próximos anos, segundo o estudo.

No entanto, advertiu que, perante o sucesso das campanhas, as empresas de cigarro concentraram sua atenção nas nações em desenvolvimento – principalmente China, Rússia e Índia –, onde são capazes de investir em “um nível de publicidade sem precedentes”.

– Mais da metade dos casos e dois terços dos óbitos por cancro ocorrem nos países com nível de renda baixo ou médio. Os países em desenvolvimento, onde a população crescerá 38% até 2030, não têm meios para lutar de forma eficaz contra o câncer – destaca o relatório.

O consumo de cigarro, a dieta excessivamente rica em gordura e hábitos alimentares cada vez menos saudáveis favorecem o aumento do cancro. Essa combinação de factores causa crescente estrago nos países emergentes, que copiam o modelo da vida ocidental.

Se não forem adoptadas medidas para conter este avanço, poderá haver 27 milhões de casos de cancro a cada ano no planeta até 2030, e outros 75 milhões vivendo com a doença durante os cinco anos seguintes a seu diagnóstico.

Em 2007, foram registados 12 milhões de novos casos de cancro, entre os quais 5,6 milhões ocorreram em países em desenvolvimento. No total, 7,6 milhões de pessoas morreram, sendo 4,7 milhões nos países em desenvolvimento.

O cigarro, consumido por cerca de 1,3 bilião de pessoas no planeta, é a primeira causa evitável de mortalidade e de enfermidade.

Organização Mundial de Saúde (OMS)