domingo, agosto 20, 2006

TAROT

Na teogonia egípcia, Thot era uma divindade secundária de caráter lunar, que havendo morado na Terra, ensinou aos homens a escritura e a divisão de tempo e lhes revelou os mistérios cifrados nas medidas. Chamado "duas vezes grande" pelos primitivos egípcios em razão de que seus ensinamentos se referiam à dois mundos - o oculto e o manifestado - denominado "três vezes grande" pelos continuadores de sua obra em razão de que seus ensinamentos se relacionam com os três planos em que se move o pensamento do homem e este identifica e expressa o quanto sua natureza é capaz de perceber e discernir. Se crê que o conceito cosmogônico do Ano Divino e os ciclos de evolução associados a este conceito, são obra das doutrinas que Thot transmitia pessoalmente a um grupo de escolhidos, sendo a idéia de construir monumentos que resistissem a ação dos elementos e pudessem testemunhar as generalizações provenientes da verdade dessas doutrinas, a específica chave do conhecimento adiantado que o dito mestre deu aos seus discípulos a respeito das mutações dos tempos e ao florescimento e decadência que profetizou a civilização do Nilo. Por ser de imenso valor o que o mestre ensinou de viva voz, a tradição dota da maior importância um livro que Thot deixou escrito, e que, a julgar pelas referencias que há sobre ele mesmo, contém aquela coisa que dá o conhecimento a todos os demais.

De acordo dom as ditas referencias, neste livro as divindades representam princípios universais, os princípios universais se expressam por meio de símbolos, os símbolos se interpretam por meio de números e os números se traduzem idéias, que a mente conhece não pelo que é a idéia em si mesma, senão pela vínculo que tem com o princípio universal com que se relaciona.

Conhecedor Thot de que o tempo não havia chegado para que os ensinamentos tal modo cifrados cumpririam sua missão, encerrou o livro numa caixa de ouro, colocou a caixa de ouro em uma de prata, a de prata numa de marfim, a de marfim, numa de bronze, a de bronze em uma de cobre, a de cobre numa de ferro e esta ultima contendo o livro e as demais caixas, a depositou no fundo do Nilo. Há indícios que os "vasos de ouro e prata "que Moisés disse que os israelitas roubaram do Egito, estavam algumas das lâminas que compunham as páginas deste livro, e que ao conhecer o conteúdo os sacerdotes mais chegados ao legislador hebreu, foram mais tarde o fundamento da Cabala. O abade Anastacio Kischer, numa viagem que fez ao Egito à uns 300 anos, parece que obteve uma dessas laminas, que pertenceu depois ao Cardeal Bembo, publicando-a Kircher em seu livro "A língua egípcia constituída, e servindo-se dos signos que contém, como chave para decifrar numerosos hieróglifos, entre outros, alguns murais de antiquíssimo templos, que resultaram corresponder a várias das laminas do livro de Thot. Comparando as idéias expressas nos hieróglifos conhecidos e comparando o número da ordem deles em cada lamina, pelo o que possuíam, se pode restabelecer os que faltavam, e novamente reunida e estudada toda a coleção, os investigadores de distintas escolas adaptaram as conclusões às suas respectivas doutrinas, e embora para alguns se tratava de um livro que encerra ou declara os mais profundos mistérios, para outros não passou de ser um objeto de entremetimento, chegando a converteres, para os primeiros entre eles Couro de Gevelén, Etteilla e Paus, em um arcano cujo simbolismo tem seus equivalentes nos elementos primários que formam a inteligência humana, e para os segundos - a imensa maioria - em uma série de naipes cuja combinação se presta aos mais variados jogos de azar. Ao tomarmos o simbolismo do Livro de Thot como possível chave que facilita a predição por inspiração psíquica, o fazemos dentro do ponto de vista dos primeiros, isto é, aos que aceitam que os princípios universais estão representados nestas laminas por divindades, as divindades pelos signos, os signos por números, e estes pelo que há na inteligência humana que compreende o sentido de todo ele.

Dentro deste ponto de vista cada lamina de Thot é todo um compendio de ideogramas, que sendo a expressão de conceitos universais para a mente, não só abre esta a compreensão destes conceitos, como atualiza momentaneamente certas faculdades e põe em movimento o automatismo que permite exercitá-los para determinados propósitos. Vejamos as facilidades com que o método concorrem para atingir este fim.

História do Tarot Egípcio editado pela Ed. Kier.

Athanaius Kircher em sua obra " Oedipus Aegyptiacus. hoc est universalis doctrinae hieroglyphicae instauratio " (1652-55) reproduziu estas lâminas. Em uma viagem na época ao Egito encontrou algumas e servindo-se dos símbolos e dos hieroglifos restituiu a coleção.

Em cada setênio nós realizamos sete tarefas - Três a nível interior e quatro para a nossa relação com o exterior, com a comunidade.
As três tarefas internas são expressas nos três naipes dos Arcanos Maiores.
Os Arcanos do Mago #1, da Justiça #8, da Paixão #15 e os Reis, são as primeiras cartas de cada um dos naipes, elas indica o objetivo da tarefa e a última carta de cada naipe como o Arcano do Triunfo #7, da Temperança #14, da Transmutação e os Azes, o trabalho realizado.
O Regresso ou mais conhecido como " O Louco" é considerada a carta sem número, o Zero ou a carta 22 ela representa o Homem. No Tarot Egípcio ela significa o Homem na transição de uma vida para a outra (setênio). Por isto ela não está incluída nos naipes.

Estrutura dos naipes:

Para analisar o Tarot podemos dividí-lo em pirâmides que representam as fases básicas do desenvolvimento das tarefas da Grande Obra do setênio.
Utilizando todos os Arcanos Maiores, teremos duas fases básicas, com os Arcanos de 1 à 11 formamos uma lateral (um dos catetos do triângulo). A outra lateral, com os Arcanos de 12 à 21. A carta 22 é uma carta que não participa de nenhuma organização para estudo, porque ela é como se fosse o coringa. Ela é o símbolo do próprio homem, do consulente que vai viver cada passo descrito pelos Arcanos.
Na análise da pirâmide, a face direita corresponde ao Karma. - Refere-se ao processo do ser humano descobrir suas potencialidades e encontrar uma forma de utilizá-las promovendo o desenvolvimento da humanidade.
A face esquerda, a descida da pirâmide, corresponde ao Dharma - O Homem já tendo realizado o Karma , exercendo seus dons e promovendo sua missão. Até o Arcano da Persuasão, você aprendeu a lidar com as suas capacidades. o Dharma é o exercício desses dons, e o usufruto, a contribuição e o reconhecimento, a gratificação e o crescimento conjunto.
Esta mesma divisão é aplicada no estudo dos naipes em conjunto como por exemplo a pirâmide dos Arcanos Menores, onde Paus e Copas formarão o Karma e os naipes de Espadas e Ouros o Dharma.
Como a estrutura da pirâmide ajudam muito na análise dos Arcanos nos naipes, segue nas páginas seguintes a ilustração delas
Na pirâmide dos Arcanos Menores, as figuras são isoladas porque elas são a representações do consulente, como o Arcano do Regresso. E o As fica fora também, por ser o objetivo do naipe (o início e o fim do processo). Assim ela é formada apenas pelos Arcanos de 10 a 2.