sábado, abril 02, 2005

sexo tantrico ???? que é isso para alem de moda

Depois de tanto se falar sobre sexo tantrico, vamos lá a ver se consigo desvendar aqui o que é isso.
Aqui está um visao breve e histórica sobre o mesmo.

O sexo tantrico é hoje uma temática comum em muita conversa. Fala-se dele entre amigos, nas revistas e na televisão. Havendo até músicos e outros opinion-leaders que o referenciam para posicionar a sua imagem no mercado.
As pessoas procuram-no como uma resposta a um conjunto de insatisfações que culminam na insatisfação afectiva e sexual. Procuram bem, mas o caminho é mais longo do que se supõe. Também é fácil perceber que não é só com umas respirações visualizadas que se chega lá. O Budismo TANTRICO foi o acontecimento cultural mais importante do período Pala da Índia (séculos VIII a XII) e um movimento de influência internacional que se alastrou através da Ásia, onde sobreviveu em muitos países até aos dias de hoje. Esta filosofia nasceu quando o Budismo Mahayana desfrutava um período de grande produtividade filosófica e influência intelectual. As florescentes escolas superiores monásticas ofereciam uma vida de estudo e contemplação, mas também providenciavam um caminho fácil e directo a uma grande riqueza, influência política e prestígio social.

A um monge que desfrutasse uma carreira académica bem sucedida, seriam entregues terras, servos, animais, edifícios, metais preciosos, jóias, móveis, arte e o privilégio de montar um elefante nas procissões oficiais. Os seus admiradores, providenciavam estas oferendas como manifestações da sua estima e como uma via para angariar mérito religioso. A um monge, foi uma vez oferecido, o rendimento de oito localidades por um marajá entusiasta. O monge declinou a oferta.

Construído com base nas grandes conquistas da filosofia Mahayana e impelido por um espírito crítico, o Budismo Tantrico nasceu fora dos poderosos mosteiros Budistas como um movimento de protesto inicialmente protagonizado por leigos e não por monges. Desejosos de voltar ao universalismo Mahayana clássico, os reformistas Tantricos protestaram contra os privilégios eclesiásticos e o árido escolaticismo cuidando de forjar um sistema religioso muito mais acessível e abrangente em termos sociais. Os Tantricos acreditavam que o auto-desenvolvimento devia ser testado no seio da vida familiar, o tumulto da cidade e do mercado, na assistência de um campo crematório e nos perigos existentes em áreas selvagens e isoladas.

Esta nova casta de Budistas também insistia que o desejo, a paixão e o êxtase deviam ser integrados no caminho religioso. Procuraram controlar os desejos imergindo neles em vez de fugir deles, reconhecendo-se a si mesmos como heróis (vira) e heroínas (vera) que bravamente mergulhavam fundo no oceano das paixões para colher as pérolas da iluminação.
Em consonância, com a asserção tão querida aos Tantricos, que a Iluminação pode ser encontrada em todas as actividades, a intimidade sexual tornou-se num paradigma maior dos rituais Tantricos e da meditação. A revolução Tantrica angariou o apoio popular e real e eventualmente fez o seu percurso no curriculum de escolas superiores monásticas como Nalanda, Vikramasla, Odantapur, e Somapur. Estas instituições de altos estudos eram apoiadas e acompanhadas tanto por Hindús como Budistas.

Nelas se desenvolveu filologia, literatura, medicina, matemáticas, astronomia, arte, bem como as “ciências interiores” da meditação, psicologia e filosofia. Enquanto os mosteiros funcionavam como os pilares institucionais da fé, os magníficos leigos Tantricos levavam o Budismo às aldeias, província, áreas tribais e regiões fronteiriças, garantindo um elo de contacto ao qual as novas populações podiam trazer as suas práticas, símbolos e deidades ao mundo Budista.

Práticas muito antigas das florestas indianas, zonas montanhosas e áreas rurais, cultivadas pelas gentes tribais, aldeãos e as classes mais baixas, eram absorvidas e redireccionadas para os fins Budistas. Esta inclusão social renovada e a incorporação de um conjunto ecléctico de práticas religiosas, transformaram o Budismo numa tradição de novo merecedora da lealdade das pessoas de todos os sectores da sociedade indiana. O Budismo Tantrico angariou aderentes de fés rivais, expandindo-se geograficamente em todas as regiões do subcontinente indiano, prosseguindo além fronteiras difundindo-se com facilidade nos Himalaias, Ásia oriental, sueste asiático. Chegou ao Japão.
Tantra provém da palavra “Tan” que significa “extensão”, “continuação” e “multiplicação”. É uma filosofia que tem algo de comum com o Taoísmo: o auto-conhecimento que gera após a compreensão do eu, a expansão do indivíduo. Esta expansão significa crescimento, entendimento e amor.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Pois é! Eu também achei piada à ideia e até cheguei a comprar o livro do ISHI que ensina tudo sobre esta pratica que, diz a teoria desenvolve o auto-conhecimento de melhora a sexualidade. Achei o livro chato e comprido e nem acredito que para nós, ocidentais, tais teorias pudessem ser levadas a sério. No entanto, os princípios gerais são interessantes e tratando-se auto-controle, de certeza que, pelo menos as mulheres portuguesas ficariam muito mais felizes com a relação com o seu parceiro. É , apesar do que já disse um livro interessante para os casais partilharem!
Gostei de o conhecer a si e estou a começar a conhecer o blog!
Beijinhossssss Dad

11:01 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home