quarta-feira, agosto 24, 2005

Um texto interessante sobre a anarquia

Um texto interessante sobre a anarquia ....


O prezado leitor já ouviu dizer ou até já disse: «Nós agora já (’s)tamos no século XXI!... Vivemos numa democracia!...»Frases como estas são tamboriladas, vezes sem conta, até enervar. Já pensou no que elas querem dizer?

Aparentemente, dizer que estamos no século XXI significa que, com tantos milhares de anos de evolução e de experiência, a espécie humana está mais evoluída, mais perfeita... melhor. Dizer que estamos numa democracia significa que todos temos o direito de fazer o que nos apetece e que nos «dá prazer». Se é assim, porque é necessário repetir estas frases com tanta insistência?
A verdade é, porém, muito diferente. Todos sabemos que estas frases são usadas para ridicularizar aqueles que não pensam nem agem segundo os pontos de vista que nos foram impingidos.
Certamente que, em épocas anteriores e em contextos político-ideológicos diferentes se faziam afirmações semelhantes, com a mesma finalidade. O mesmo acontece, nos nossos dias, em contextos político-ideológicos diferentes dos nossos e, igualmente, com a mesma finalidade.
Como estamos profundamente gratos ao caro leitor por ter a ousadia e a heroicidade de ler este singelo e despretensiosíssimo opúsculo, seria demasiadamente cruel feri-lo de alguma forma. Por conseguinte, aqui nunca aparecerão nomes próprios de pessoas, de partidos ou de associações. Se assim não fosse, estaríamos a desqualificar, de fanático ou de pobre de espírito, algum excepcionalíssimo leitor que, porventura, pensasse de forma diferente da nossa! E se este motivo, por si só, já é suficiente, não faltam todos os outros em que qualquer ser humano normal certamente pensa.

Não é nossa vontade criar mais conflitos, nem mais polémicas, nem, tão-pouco, pôr em burburinho o cérebro de ninguém. (Acredite!) Contudo, enquanto o caro leitor estiver a pensar no conteúdo deste opúsculo, não estará a pensar em coisas piores. Não diga que não é bom agitar certas ideias paradas! Ou acha que é melhor deixar a caixinha cogitante transformar-se num pântano de ideias impingidas à martelada? Olhe que, depois de ter dado o último suspiro, não mais lhe interessará ter pensado ou ter agido desta ou daquela maneira, apenas porque achava que os outros também pensavam ou agiam assim! Aproveite a vida, enquanto tem tempo!
Se o que nos distingue dos animais, ditos irracionais, é a nossa capacidade de raciocinar, é fácil concluir que seremos tanto mais HOMENS, quanto mais raciocinarmos com as nossa próprias caixas cogitantes. Aqueles que pensam ou agem de determinada maneira, apenas porque acham que os outros também pensam ou agem assim, não passam de bichinhos com aspecto mais humano que o dos macacos e o dos gorilas... uma espécie de antropomorfopitecos (macacos com forma humana) contemporâneos.