quarta-feira, maio 25, 2005

Um Poema de que gosto em especial

Da sedução dos anjos
Bertolt Brecht

Anjos seduzem-se: nunca ou a matar.
Puxa-o só para dentro de casa e mete-
-Lhe a língua na boca e os dedos sem frete
Por baixo da saia até se molhar
Vira-o contra a parede, ergue-lhe a saia
E fode-o. Se gemer, algo crispado
Segura-o bem, fá-lo vir-se em dobrado

P'ra que do choque no fim te não caia.
Exorta-o a que agite bem o cu
Manda-o tocar-te os guizos atrevido
Diz que ousar na queda lhe é permitido
Desde que entre o céu e a terra flutue –

Mas não o olhes na cara enquanto fodes
E as asas, rapaz, não lhas amarrotes.

segunda-feira, maio 23, 2005

Alcançar o divino

Porque falamos tanto de sexo?

A sexualidade refere-se a uma dimensao humana fundamental que inclui sexo e identidade sexual, orientação sexual, erotismo, ligação emocional/amor, e reprodução.
É experimentado e exprime-se em pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, actividades, práticas, papéis, relacionamentos.
É o resultado da combinação de factores biológicos, psicológicos, culturais, éticos e espirituais, e também socio-económicos. Pode envolver todos estes aspectos mas nem todos ali se revelam. No entanto, a nossa sexualidade mostra-se em tudo o que somos, pensamos, sentimos e fazemos.
Falam os psicólogos... e nós?
Sabemos o que nos motiva?
Ou andamos aqui apenas como bonecos telecomandados por feromonas assustadoramente predadoras?
Certo é que Eros faz um bem tremendo a Psiche, se é que me entendem! Qualquer relacionamento, mesmo os recentes pseudo-namoros made in the world wide web, é enormemente gratificante e ajuda a nossa auto-estima. Amamo-nos mais quando nos sentimos amados por outros, mesmo que a expressão desse amor seja apenas sexual.

Em termos históricos, o sexo, a união carnal do homem com a mulher, era vista como uma stairway to heaven, a forma mais natural e sublime de alcançar o divino, de ver o rosto de Deus.
Depois vieram as igrejas para estragar tudo... e os psicólogos para orientar os que, entre umas e outras, já não conseguem aceitar-se. No meio de tanta conversa, educação sexual a brincar, imagens animadas, ou não, de vida própria, erotismo e pornografia confundidos, olhares que se cruzam, jogos de sedução, amizades virtuais ou nem tanto, parece-me que algo fica por cumprir...