domingo, agosto 20, 2006

SEXO ENTRE MENTIRAS

Quando o companheiro a traiu, a M começou a sair todas as noites com uma amiga; e o destino terapêutico era uma tasquinha simpática frequentada por jovens artistas e candidatos a escritores.

Numa mesa resguardada no fundo da sala, luz directa inexistente, ela e a amiga trocavam impressões sobre a mágoa e a traição; conversa temperada com muito espiritualismo ainda que o assunto do momento fosse sexo.

Alguns copos depois sobre a mesa, a M e a amiga tinham a companhia de dois jovens solitários como elas.

A espiritualidade do encontro mantinha-se como um incenso, e talvez por isso um dos jovens perguntou a M se ela tinha alguma fantasia sexual, e se estaria na disposição de a revelar na presença deles.

O espírito de M não estava completamente debaixo da linha do álcool e despistou as intenções do rapaz perguntando-lhe o que é que ele fazia na vida.

Era escritor. Escrevia sobre pessoas que acabava de conhecer, como a M. Queria saber tudo sobre o sofrimento.

Dizia que era um recuperador de corações.

Um estilista na arte de transformar o inferno em que os outros vivem, num paraíso de existências amorosas.

Foi depois deste breve diálogo ( uma espécie de preliminar ), que a M pretendeu defender a sua sexualidade envolvendo-a num misticismo que quase a fez perder o contacto com o seu próprio corpo.

Como se a bebida lhe segredasse para se espiritualizar e aceder ao convite do jovem escritor.

Estava a ser possuída por uma sensação mentalmente sensual.

A corporalidade sexual de M extinguia-se para dar lugar a uma nova ordem de prazer. Seria a espiritualidade do sexo uma imponente masturbação psíquica?

M pediu licença para se levantar e dirigiu-se ao wc. Olhou-se no espelho e viu-se nua. Nua como se tivesse saído da cama depois de ter feito sexo. Levou alguns instantes a recuperar os sentidos. Na realidade, M nunca sentira um orgasmo tão intenso como aquele.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

este texto tem um autor: fernando esteves pinto. é muito grave o texto não ter a indicação do meu nome. se não for feita essa indicação, vou considerar que está a cometer crime de plágio.

fernando esteves pinto

escrita iberica

1:35 da tarde  
Blogger Carlex said...

Obrigado anonimo,

Se o texto tem autor ou nao eu desconhecia, enviaram-mo via e-mail e achei interessante postá-lo,
Eu nao disse que esse texto é meu portanto tecnicamente nao estou a plagiar nada, no máximo posso estar a ter uma utilizaçao abusiva do mesmo.
Se ler a introduçao deste blog ele existe para eu ir guardando algumas tretas e malaguetas que me vao passando pelos olhos e que por um motivo ou outro chamaram-me a atençao.

Espero que esteja esclarecido e compreenda que me podia ter pedido este esclarecimento de uma forma muito mais "suave".

12:36 da manhã  

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